Harold Innis, um desconhecido

By Eva!
Pioneiro da Escola Canadense, Harold Arnold Innis focou seus estudos sobre comunicação no conceito de tempo e espaço. Innis iniciou seus estudos, na nova corrente, afirmando ser os mass media o motor do desenvolvimento econômico. Ele também concluiu que a impresa - os jornais- alteravam a concepção de tempo e espaço, uma vez em que os jornais exigiam rapidez na difusão das notícias. Porém, com o passar dos anos, Innis passou a desconsiderar os meios de comunicação em massa como o motor do desenvolvimento econômico e passou a afirmar que eles eram o motor da própria história.
A History of Communication (Uma História da Comunicação) é um manuscrito incompleto e nunca publicado que trazia essa nova teoria e que serviu de base para seus outros três livros.

Mas o que Innis queria dizer com essa nova teoria?
Ele fazia uma relação entre os meios e a sociedade. Ora, se os meios eram o motor da própria história, a ascensão e a queda deles estariam ligados com determinada civilização e sua época. As revoluções tecnológicas dos meios de comunicação poderiam explicar fatos históricos.

Innis fazia um paralelo entre Tempo e Espaço. Uma tecnologia que privilegia o tempo seria a inscrição na pedra, de difícil transporte, mas duradoura. Já o espaço é a escrita no papel: pouca duração, mas grande alcance.

Com base em seus estudos da dualidade entre os meios orais e visuais segue a figura:



Simplificando: enquanto os meios orais possibilitavam os homens de construir relações pessoais com contato, os meios visuais deram início a um processo mecânico, fazendo da comunicação um ato solitário que não tinha necessidade de participação dos outros sentidos utilizados nos meios orais. Assim sendo, os meios orais trariam com o tempo o fim do tempo. Mas nem tudo estava perdido. Apesar de afirmar tudo isso, Innis - um simpatizante confesso dos meios orais - via no rádio na televisão e no cinema a "luz no fim do túnel". Pois estes meios traziam a necessidade da utilização dos sentidos comuns na comunicação oral.
Innis morreu em 1952 e, apesar de suas importantes constatações nos estudos da comunicação, seu trabalho ainda é bastante desconhecido. Porém, ele tem McLuhan como um dos poucos que deram atenção ao que tinha a dizer.


Referência:
SANTOS, J.R. O que é comunicação? Ed. Difusão Cultural, São Paulo, 1992
 

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